segunda-feira, 7 de junho de 2021

Análise Combinatória

 A análise combinatória ou combinatória é a parte da Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver problemas relacionados com contagem.

Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto de elementos.

Princípio Fundamental da Contagem

princípio fundamental da contagem, também chamado de princípio multiplicativo, postula que:

quando um evento é composto por n etapas sucessivas e independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”.

Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas.

Exemplo

Uma lanchonete vende uma promoção de lanche a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma bebida e uma sobremesa. São oferecidos três opções de sanduíches: hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche?

Solução

Podemos começar a resolução do problema apresentado, construindo uma árvore de possibilidades, conforme ilustrado abaixo:

Diagrama de possibilidades

Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim, identificamos que existem 24 combinações possíveis


Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches, bebidas e sobremesa.

Total de possibilidades: 3.2.4 = 24

Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher na promoção.

Tipos de Combinatória

O princípio fundamental da contagem pode ser usado em grande parte dos problemas relacionados com contagem. Entretanto, em algumas situações seu uso torna a resolução muito trabalhosa.

Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver problemas com determinadas características. Basicamente há três tipos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.

Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo, precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em problemas de contagem, que é o fatorial.

O fatorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o símbolo ! para indicar o fatorial de um número.

Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.

Exemplo

O! = 1
1! = 1
3! = 3.2.1 = 6
7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5 040
10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3 628 800

Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações para efetuar os cálculos de análise combinatória.

Arranjos

Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos.

Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

A com n vírgula p subscrito fim do subscrito igual a numerador n fatorial sobre denominador parêntese esquerdo n menos p parêntese direito fatorial fim da fração

Exemplo

Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um vice-representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o segundo mais votado o vice-representante.

Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que altera o resultado final.

A com 20 vírgula 2 subscrito fim do subscrito igual a numerador 20 fatorial sobre denominador parêntese esquerdo 20 menos 2 parêntese direito fatorial fim da fração igual a numerador 20.19. riscado diagonal para cima sobre 18 fatorial espaço espaço fim do riscado sobre denominador riscado diagonal para cima sobre 18 fatorial espaço espaço fim do riscado fim da fração igual a 380

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.

Permutações

As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos disponíveis.

Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação.

Assim a permutação é expressa pela fórmula:

P com n subscrito igual a n fatorial

Exemplo

Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares.

Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação:

P com 6 subscrito igual a 6 fatorial espaço igual a 6.5.4.3.2.1 igual a 720

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas sentarem neste banco.

Combinações

As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza dos mesmos.

Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

C com n vírgula p subscrito fim do subscrito igual a numerador n fatorial sobre denominador p fatorial espaço parêntese esquerdo n menos p parêntese direito fatorial fim da fração

Exemplo

A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram.

De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?

Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria, João e José é equivalente à escolher João, José e Maria.

C com 10 vírgula 3 subscrito fim do subscrito igual a numerador 10 fatorial sobre denominador 3 fatorial espaço parêntese esquerdo 10 menos 3 parêntese direito fatorial fim da fração igual a numerador 10.9.8. riscado diagonal para cima sobre 7 fatorial espaço espaço espaço fim do riscado sobre denominador 3 fatorial espaço riscado diagonal para cima sobre 7 fatorial espaço espaço espaço fim do riscado fim da fração igual a numerador 10.9.8 sobre denominador 3.2.1 fim da fração igual a 120

Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7, pois, desta forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do denominador.

Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

Probabilidade e Análise Combinatória

Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de obter determinado resultado diante de um experimento aleatório. São exemplos as chances de um número sair em um lançamento de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria.

A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre o número de eventos possíveis e número de eventos favoráveis, sendo apresentada pela seguinte expressão:

P parêntese esquerdo A parêntese direito espaço igual a numerador n parêntese esquerdo A parêntese direito sobre denominador n parêntese esquerdo ómega maiúsculo parêntese direito fim da fração

Sendo:

P (A): probabilidade de ocorrer um evento A
n (A): número de resultados favoráveis
n (Ω): número total de resultados possíveis

Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes necessitamos recorrer as fórmulas estudadas em análise combinatória.


Exemplo

Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da mega-sena, fazendo uma aposta mínima, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados?

Talão da mega-sena
Talão da mega-sena

Solução

Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão entre os casos favoráveis e os casos possíveis. Nesta situação, temos apenas um caso favorável, ou seja, apostar exatamente nos seis números sorteados.

Já o número de casos possíveis é calculado levando em consideração que serão sorteados, ao acaso, 6 números, não importando a ordem, de um total de 60 números.

Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação, conforme indicado abaixo:

C com 60 vírgula 6 subscrito fim do subscrito igual a numerador 60 fatorial sobre denominador 6 fatorial espaço parêntese esquerdo 60 menos 6 parêntese direito fatorial fim da fração igual a numerador 60.59.58.57.56.55. riscado diagonal para cima sobre 54 fatorial fim do riscado sobre denominador 6 fatorial. riscado diagonal para cima sobre 54 fatorial fim do riscado fim da fração igual a numerador 36 espaço 045 espaço 979 espaço 200 sobre denominador 720 fim da fração C com 60 vírgula 6 subscrito fim do subscrito igual a 50 espaço 063 espaço 860

Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado. A probabilidade de acertarmos então será calculada como:

P igual a numerador 1 sobre denominador 50 espaço 063 espaço 860 fim da fração igual a 0 vírgula 00000002 igual a 0 vírgula 000002 sinal de percentagem


Disponível em: https://www.todamateria.com.br/matematica/analise-combinatoria-e-probabilidade/

Equação do 2º grau MATEMÁTICA

 A equação do 2º grau é caracterizada por um polinômio de grau 2, ou seja, um polinômio do tipo ax2+bx+c, em que a, b e c são números reais. Ao resolvermos uma equação de grau 2, estamos interessados em encontrar valores para a incógnita x que torne o valor da expressão igual a 0, que são chamadas de raízes, isto é, ax2 + bx +c = 0.

Leia tambémDiferenças entre função e equação

Tipos de equações do 2º grau







A equação de 2º grau pode ser representada por ax²+bx+c=0, em que os coeficientes asão números reais, com a ≠ 0.

→ Exemplos

a) 2x2 +4x – 6 = 0 → a = 2; b =4 e c = – 6

b) x2 – 5x + 2 = 0 → a =1; b= – 5 e c = 2

c) 0,5x2 + x –1 = 0 → a = 0,5; b = 1 e c = –1

A equação do 2º grau é classificada como completa quando todos os coeficientes são diferentes de 0, ou seja, a ≠ 0, b ≠ 0 e c ≠ 0.

A equação do 2º grau é classificada como incompleta quando o valor dos coeficientes b ou c são iguais a 0, isto é, b = 0 ou c = 0.

→ Exemplos

a) 2x2 – 4 = 0 → a = 2; b = 0 e c= – 4

b) -x2 + 3x = 0 → a = – 1; b = 3 e c = 0

c) x2 = 0 → a = 1; b =0 e c =0

Atenção: o valor do coeficiente a nunca é igual a 0, caso isso ocorra, a equação deixa de ser do 2º grau.


Como resolver equações de 2º grau?

    A solução de uma equação do 2º grau ocorre, quando as raízes são encontradas, ou seja, os valores atribuídos a x . Esses valores de x devem tornar a igualdade verdadeira, isto é, ao substituir o valor de na expressão, o resultado deve ser igual a 0.

    → Exemplo

    Considerando a equação x2 – 1 = 0 temos que x’ = 1 e x’’ = – 1 são soluções da equação, pois substituindo esses valores na expressão, temos uma igualdade verdadeira. Veja:

    x2 – 1 = 0

    (1)2 – 1 = 0 e (–1)2 – 1 = 0

    Para encontrar a solução de uma equação, é preciso analisar se a equação é completa e incompleta e selecionar qual método será utilizado.

    • Método de solução para equações do tipo ax²+ c = 0

    O método para determinar a solução de equações incompletas que possuem b=0 consiste em isolar a incógnita x, assim:

    → Exemplo

    Encontre as raízes da equação 3x2 – 27 = 0.

    Se quiser saber mais sobre esse método, acesse: equação incompleta do 2º grau com coeficiente b nulo.

    • Método de solução para equações do tipo ax2 + bx = 0

    O método para determinar as possíveis soluções de uma equação com =0, consiste em utilizar a fatoração por evidência. Veja:

    ax2 + bx = 0

    x·(ax + b) = 0

    Ao observar a última igualdade, é notável que há uma multiplicação e que para o resultado ser 0, é necessário que, pelo menos, um dos fatores seja igual a 0.

    x·(ax + b) = 0

    x = 0 ou ax + b = 0

    Assim, a solução da equação é dada por:

    → Exemplo

    Determine a solução da equação 5x2 – 45x = 0

    Se quiser saber mais sobre esse método, acesse: equação incompleta do 2º grau com coeficiente c nulo.

    • Método de solução para equações completas

    O método conhecido como método de Bhaskara ou fórmula de Bhaskara aponta que as raízes de uma equação do 2º grau do tipo ax2 + bx + c = 0 é dada pela seguinte relação:

    → Exemplo

    Determine a solução da equação x2 – x – 12 = 0.

    Note que os coeficientes da equação são: a = 1; b= – 1 e c = – 12. Substituindo esses valores na fórmula de Bhaskara, temos:

    O delta (Δ) recebe o nome de discriminante e note que ele está dentro de uma raiz quadrada e, conforme sabemos, levando em conta os números reais, não é possível extrair raiz quadrada de um número negativo.

    Conhecendo o valor do discriminante, podemos realizar algumas afirmações a respeito da solução da equação do 2º grau:

    → discriminante positivo (Δ > 0): duas soluções para a equação;

    → discriminante igual a zero (Δ = 0): as soluções da equação são repetidas;

    → discriminante negativo (Δ < 0): não admite solução real.

    Sistemas de equações do segundo grau

      Quando consideramos simultaneamente duas ou mais equações, temos um sistema de equações. A solução de um sistema de 2 variáveis é o conjunto de pares ordenados que satisfaz simultaneamente todas as equações envolvidas.

      → Exemplo

      Considere o sistema:

      Com os valores: x’ = 2, x’’ = – 2 e y’ = 2, y’’ = – 2 podemos montar pares ordenados que satisfazem as equações do sistema simultaneamente. Veja: (2, 2), (2, – 2), (– 2, 2), (– 2, – 2).

      Lembre-se de que um par ordenado é escrito da forma (x, y).

      Os métodos para encontrar a solução de um sistema de equações são semelhantes ao de sistemas lineares.

      → Exemplo

      Considere o sistema:

      Da equação x – y = 0, vamos isolar a incógnita x, assim:

      x – y = 0

      x = y

      Agora devemos substituir o valor isolado na outra equação, assim:

      x2 – x –12 = 0

      y2 – y –12 = 0

      Utilizando método de Bhaskara, temos que:

      Como x = y, teremos que x’ = y’ e x’’ = y’’. Ou seja:

      x’ = 4

      x’’ = -3

      Assim, os pares ordenados são soluções do sistema (4, 4) e (– 3,– 3).

      Leia maisSistema de equações do 1º e 2º grau

      Exercícios resolvidos

        Questão 1 – (ESPM -SP) As soluções da equação abaixo são dois números

        a) primos.

        b) positivos.

        c) negativos.

        d) pares.

        e) ímpares.

        Solução

        Sabemos que os denominadores de uma fração não podem ser iguais a zero, logo x ≠1 e x≠3. E como temos uma igualdade de frações, podemos realizar a multiplicação cruzada, obtendo:

        (x+3) · (x+3) = (x – 1) · (3x +1)

        x2 + 6x +9 = 3x2 – 2x – 1

        x– 3x2 + 6x + 2x +9 +1 = 0

        (– 1) – 2x+ 8x +10 = 0 (– 1)

        2x2 – 8x – 10 = 0

        Dividindo por 2 ambos os lados da equação, temos:

        x2 – 4x – 5 = 0

        Utilizando a fórmula de Bhaskara segue que:

        Observe que as raízes da equação são números ímpares.

        Alternativa e.

        Questão 2 – (UFPI) Um criador de aves verificou que, após colocar (n +2) aves em cada um dos n viveiros disponíveis, sobraria apenas uma ave. O número total de aves, para qualquer valor de n natural, é sempre

        a) um número par.

        b) um número ímpar.

        c) um quadrado perfeito.

        d) um número divisível por 3.

        e) um número primo.

        Solução

        A quantidade de aves pode ser encontrada multiplicando o número de viveiros pela quantidade de aves colocada em cada um deles, pelo enunciado do exercício depois de fazer esse processo ainda sobra uma ave, podemos escrever tudo isso da seguinte maneira:

        n·(n+2) +1

        Realizando a distributividade vamos obter:

        n2 + 2n +1

        E fatorando esse polinômio segue que:

        (n +1)2

        Assim, o número toral de aves é sempre um quadrado perfeito para qualquer número natural n.

        Alternativa C


        Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/equacao-2-grau.htm



        Atividade Avaliativa - TALES